sábado, 22 de outubro de 2011

Sade em SP: frieza na quarta, triunfo na quinta

"Toda a minha carreira foi um ensaio para esta noite". Sade estava apreensiva. Abriu seu coração para a plateia de quinta-feira. Como todos os artistas internacionais, ela chegou ao Brasil sabendo da nossa fama. Somos calorosos, cantamos juntos, aplaudimos para valer.

Mas não foi o que aconteceu na noite anterior. Uma operadora de TV a cabo comprou o show da cantora para comemorar seu aniversário e lotou o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, com seus convidados.

Ou melhor, não lotou. Havia dezenas de lugares vazios. Comenta-se que, por causa disto, a diva atrasou o início da apresentação. Ela queria uma audiência mais numerosa. Não conseguiu.

É o que acontece quando alguma coisa vem de graça: neguinho não dá valor. O público se manteve frio ao longo de todo o espetáculo e começou a se retirar muito antes do fim. Sade terminou com um Ibirapuera meia-bomba. Não deu bis.

Mas ontem a história foi diferente. O ginásio estava cheio, apesar dos ingressos salgadíssimos - o mais caro custava R$ 800. E era composto só por fãs, que há décadas esperavam por sua visita. Não vi uma única pessoa que aparentasse menos de 30 anos.

O pessoal pagou caro, mas o show foi sensacional. Num palco imenso, com um gigantesco telão em HD ao fundo e uma cortina de gaze que de vez em quando envolvia a tudo, Sade arrebatou corações. Enxutérrima aos 52 anos, ela ainda lembra a modelo que foi no início da carreira.

Cada música tinha uma concepção cênica diferente. Às vezes a banda sumia, às vezes iam todos para o mesmo lado. Efeitos como fumaça e elevadores hidráulicos eram usados com parcimônia, mas com muito impacto.

As canções de "Soldier of Love", o mais recente disco da cantora, são mais lentas que os hits dos primeiros tempos. Felizmente, não faltou quase nenhum. O som de Sade é meio atemporal: o saxofone dos anos 80 não aparece em seus últimos CDs, mas seus antigos sucessos envelheceram muito bem. Pena que a equalização nem sempre foi perfeita.

Sade trocou de roupa quatro vezes e fez todo um bloco com os cabelos soltos, num visual mais despojado que o de costume. Mas o maior impacto visual era mesmo das imagens projetadas.

No final ela apresentou seus músicos e conversou com a plateia. Estava visivelmente emocionada com a recepção que teve. E sim, desta vez houve bis - uma versão triunfal de "Cherish the Day". Saiu ovacionada e feliz. Cariocas e brasilienses preparem-se: vocês verão um dos melhores shows ao ano.

by: Margareth

Um comentário:

gebmen@ig.com.br disse...

Bom, eu vi pessoas de todas as idades ...Tinha uma turma bem grande pessoas a partir de 20 anos, sim. E estavam logo atrás de mim, encantados...